Entrevistas


"Não existe música ruim"

Por: Carolina Pessoni

28/10/2010 08:34:38

Márcio Leonardo, mais conhecido como Leo Maia, é um legítimo carioca, nascido no bairro de Botafogo. Filho do grande ícone da MPB Tim Maia, chegou a estudar Direito, para administrar a carreira do pai, mas abandonou o curso logo após a morte de Tim, em 1998. “ Cria de baile” , como se define, Leo tem em seu trabalho a influência de seu pai, mas sem necessariamente revisitar a obra dele. Já tem três álbuns gravados que compõem uma trilogia, “ Cavalo de Jorge” (2005), “ Cidadão do Bem” (2008) e “ O Sopro do Dragão” (2009). Em passagem por Goiânia, Leo Maia falou ao CURTA MAIS. Confira abaixo a entrevista com o filho do síndico:


O que você mais gostou em Goiânia?
Não tive tempo de conhecer direito a cidade, mas a impressão que eu tive foi ótima. Goiânia parece ser muito legal.

Um objetivo?
Conhecer o Brasil de ponta a ponta.

Três músicas que não podem faltar no seu carro?
“Samba de uma nota só”, do Tom Jobim, “Réu Confesso”, do meu pai, e “Time”, do Pink Floyd.

Estilo preferido de música?
Adoro Soul, mas gosto muito dessa mistura que a gente faz, mesclando vários estilos, fazendo um novo som.

O que você não cantaria?
Não existe música ruim, desde que bem tocada. Eu gosto de tudo, cantaria qualquer música.

Um sonho?
Vender 1 milhão de cópias de um disco meu.

Um arrependimento?
Me arrependo quando não faço o que sinto, quando vou na ideia de outras pessoas.

Uma vitória?
Comprar todos os meus equipamentos, todo o backline para montar o meu estúdio.

Se não fosse músico, seria...
Empresário musical, do entretenimento.

Uma frase?
“ O Senhor é o meu pastor e nada me faltará”

Um hobby?
Surf. Não teria como ser outro... Nasci no Rio de Janeiro, faço isso desde pequeno.

Um ritual?
Antes de subir no palco e de entrar no mar faço três sinais da cruz para pedir benção. Quando saio, repito os três sinais em agradecimento pela proteção.

Um lugar pra morar?
Gosto muito de São Paulo, toda aquela velocidade... Mas quando ficar velhinho, quero morar em Salvador.

Três lugares no mundo que gostaria de conhecer?
Grécia, Turquia e Nepal.

Um ídolo?

Jesus Cristo. Ele é o maior ídolo.

Um livro?

A Bíblia. Agora eu estou lendo muito a Bíblia, estudando mesmo, e estou adorando!

Uma mulher bonita?

A brasileira, sem dúvidas!

O que você quer ouvir de Deus quando chegar no céu?
“Obrigado, Negão! Cumpriu sua missão! Aliviou as dores do povo na Terra.”

Uma frase para seu epitáfio?

“ Zoei até o último segundo! Valeu, meu Deus!’ (risos)



Ficha técnica
Nome completo: Márcio Leonardo Maia
Data de Nascimento: 11 de março de 1976
Cidade natal: Rio de Janeiro
Álbuns: “Cavalo de Jorge” (2005), “Cidadão do Bem” (2008) e “O Sopro do Dragão” (2009).

Fonte: Curta Mais

Leo Maia fecha trilogia “Jorge” com disco voltado para suas raízes


“Sopro do dragão” é o encontro de sons que criei ao longo dos três álbuns. Dessa forma, Leo Maia resume o novo CD, lançado pela LGK Music/Som Livre. Disco traz 11 faixas inéditas e fecha trilogia “O Santo, O Cavalo e O Dragão”. Se em “Cidadão do bem”, de 2008, o funk falou mais forte, esse chega voltado para as raízes, onde o cantor e compositor une samba soul e gafieira impregnados de alma black music. Místico confesso – se sentir algo estranho no ar, ele veste imediatamente uma camisa de São Jorge – Leo Maia mais uma vez mergulha na devoção para realizar um trabalho. O disco está recheado de bom gosto. Isso ele dever ter aprendido com o pai! Em conversa, Leo fala do disco e outras coisas. Deixemos o cara falar!

Por Elias Nogueira
- Como surgiu a devoção por São Jorge?
- A fé é uma coisa que não tem explicação, mas este santo me ajuda na luta do dia a dia.
- Fale como surgiu a idéia de fazer uma trilogia “O Santo, O Cavalo e O Dragão”.
- Como sou devoto de são Jorge, na mesma época que estava gravando o meu 1º CD nasceu meu filho “Jorge” então pensei, esse disco irá se chamar “Cavalo de Jorge”. Depois veio o 2º, Cidadão do Bem. Quis viajar nessa história de Jorge o homem da luta e da fé…
- “Sopro do Dragão” demorou quanto tempo até ficar pronto?
-Um ano e meio. Logo depois do “Cidadão do Bem” comecei a compor as canções novas, estou sempre compondo e misturando sonoridades
- “Sopro do Dragão” vêm com músicos de primeira. Foi você quem escolheu?
- Sim! São pessoas que admiro muito. Sou fã, mesmo, do trabalho de cada um e adorei os dias em estúdio que ficamos gravando no Rio de Janeiro, e também a minha gravadora, a LGK, Som Livre, e o Liber Gadelha, que considero meu pai musical.
- Quem te influenciou?
- Eu ouvia os discos das décadas de 40 e 50 que meu pai escutava – blues, música latina, música cubana, sambas antigos, Cartola, Nelson Gonçalves, Luiz Gonzaga, os sambas da Velha Guarda, chorinho – tudo isso eu ouvia na gafieira no Rio de Janeiro.
- Você compôs nove faixas. Poderia fazer um breve comentário?
- Coloque-me na posição de fazer as dançantes. Fiz, apenas, uma balada com mestre Jerônimo, e quis homenagear a gafieira, que é o encontro de vários sons que fazem minha cabeça.
“Eu gosto mesmo de namorar”
- É o meu lado mais romântico, falo do prazer de estar apaixonado e não ficar por ficar.
“Ela dança gafieira”
- Lembra muito minha infância, contato com a Estudantina, Circo Voador, a Lapa, Baile Charme. Mexeu com minha cabeça e venho misturando com samba soul e funk.
“Agora você volta”
- Tem uma pegada romântica, mais dançante. Canção da safra antiga tem mais dez anos. Lembrei dela e achei que tinha haver com o repertório. E tinha!
“Seda chinesa”
- Funk nervoso, pra frente, com violão e guitarra na cara! Muito legal essa canção, trata da admiração da simplicidade das coisas que fazemos todos os dias e que aos olhos de quem nos ama tudo é mágico.
“Funk na laje”
- É o gueto funk cadenciado, malandro, tira uma onda na laje, lugar sagrado de quem é de comunidade, onde rola o som, o churrasco, o banho de sol…
“Amor à moda antiga” com seu Jorge
- Esta canção eu tinha feito há um tempo, mas não tinha terminado a letra. Fui à casa do seu Jorge e saiu ali, na hora. Ele me deu a honra desta parceria.
“I go i go”, com Cássio Calazans
Samba rock com pegada – violão, guitarra e metaleira! Uma letra bem humorada tratando de um assunto da vida, em NY.
“Amor em movimento”, com Jerônimo
- Uma grande oportunidade ter como parceiro um mestre da música popular brasileira num trabalho que representa tanto para mim.
“Bendita Gafieira”, com Otávio Mouro
- Pessoa maravilhosa. Falei esta letra para ele por telefone ele disse: – Tem um lance aí. Assim nasceu Bendita Gafieira.
- Têm outras que são de compositores conhecidos – “Revanche” (Hyldon/Jorge Ailton), “Sorriso falso” (Lincoln Olivetti/Ronaldo Barcellos) e “Relva verde” (Junior Barriga/Beto Petê). Como isso aconteceu?
- São canções que gostaria de ter feito, daí veio à vontade de cantá-las. Todas são muito lindas. Deu um prazer enorme trabalhar com estes compositores, novos parceiros para o futuro.
- Tem como falar das regravações?
- Claro! Estas canções eu as conheço há muito tempo, e foi tão natural colocá-las no repertório que aproveitei o momento deste trabalho e poder interpretá-las com novos arranjos feitos pelo maestro Julinho Teixeira, grande músico, adorei a sonoridade do trabalho. O figurino da capa é Cavalera e Ray-Ban.

"O REENCONTRO" - LÉO MAIA LANÇA NOVO CD EM S. PAULO


Conheci o Léo Maia em 2007. Fui escalado para o plantão da Virada Cultural pela chefia do programa Metrópolis, da TV Cultura, para ir até uma escola pública na zona leste fazer um boletim do show do filho do Tim Maia - um dos meus preferidos da música brasileira...

O moço me ganhou pela simpatia! Ele passava o som com a banda. Cheguei já produzindo umas imagens com a minha PD. Quando a música acabou, aproveitei para me apresentar e pedir uma curta entrevista quando ele terminasse o que estava fazendo.

Na hora, ele falou: "Meu irmão, pode começar agora!". "Imagina, eu espero um pouco...", sem jeito, querendo respeitar aqule momento ao mesmo tempo que querendo vê-lo tocar. Afinal, tinha que partir para outro destino e não sobraria tanto tempo para ver o show.

Imediatamente Léo pediu silência aos músicos e falou: "Agora é com você...". Não titubiei e me coloquei para o trabalho. Depois da entrevista, ele me presenteou com o CD Cão sem Dono e um santinho de metal que traz são Jorge montado no cavalo matando o dragão e que guardo até hoje. Não resisti e pedi uma foto também... Foi um dos primeiros registros que eu fiz em foto com celular...

Agora no início de 2010, a vida me deu o privilégio de reencontrá-lo de novo, na mesma energia contagiante que este artista emana e prega. além disso o trabalho dele também evoluiu. O novo CD, Sopro do Dragão, traz muito suíngue, rock, gafieira e baladas num som autêntico e maduro ao mesmo tempo.

Eu e a Mariana nos encontramos no sesc Pompéia. Ela estava credenciada para fazer uma registro para a RedeTV! e eu aproveitei e não resisti novamente... em vez da foto, agora em vídeo móvel, feito com um telefone celular mais moderno. Primeiro vídeo fiz a música de abertura do show, ao vivo pela internet! Depois, uma entrevista depois da apresentação.

Na entrevista, Léo Maia falou do novo CD e de sua convivência e inspiração paterna do eterno Tim.